terça-feira, 24 de novembro de 2009

Gays...

Enquanto as mulheres seguiam reclamando seus direitos e os homens erguiam aprimorando seu machismo, um grupo de rapazes bonitos e sarados resolveu mostrar o que aprendeu de feminino com suas mães.
E o mundo saiu do armário.
Por mim, tudo bem. Afinal, quando se está em viagem, qual é o lugar mais legal de se ir? Aos bairros gays. Quando se quer dançar a noite inteira, para onde devemos levar o esqueleto e as plataformas? Às boates gays.
Você quer rir da própria desgraça, vai rir com quem?
Com um amigo gay.
Eu mesma, se fosse para ser homem, acho que optaria por ser gay.
Não por gostar tanto assim do gênero humano masculino, mas por sem-vergonhice mesmo.
É impressão minha ou os gays se divertem muito mais do que todo mundo? Parecem até mais inteligentes, numa fórmula que mistura boas doses de senso de humor, futilidade, determinação e loucura. E, cientes dessas condições, acabam mais ousados e corajosos.
Há, decerto, alguma magia no contato da testosterona com uma alma delicada, para que se produza seres tão absolutamente especiais.
Será que uma mulher injetada de alguma proporção exata desse hormônio seria capaz de se tornar, como os gays, mais livre? Mais engraçada? Será a mulher um gay pudico, por isso sem falo? Serão, enfim, as bichas, com a sua maravilhosa junção de fogo sexual com capacidade reflexiva, o verdadeiro possível sincretismo entre macho e fêmea? Respondo como uma bicha responderia:
"Who knows?"
E talvez seja mesmo o que precisamos, um mundo gay, formado por um tipo de gente que é capaz de dar quando quiser, mas que ao mesmo tempo sabe reter algum teor simbólico das relações que não sejam só o comer - deu para entender? Seria um mix do dar e do receber, carmicamente balanceado. E para aquele que crê que essas conclusões meio chapadas sejam algum tipo de campanha tendenciosa, ressalvo: ninguém vira gay por causa de uma crônica.
Ou vira?"

Fernanda Young

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